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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Estremoz - Defesa do Património - 3

A hoje inexistente Igreja de Santo André, situava-se na Rua 5 de Outubro, em
Estremoz. Muito rica e Imponente no seu estilo barroco, foi sede de Paróquia.
A sua construção iniciada em 1705, levou 20 anos, tendo sido inaugurada em
26 de Novembro de 1725. Diz-nos Marques Crespo em “Estremoz e o seu Termo
Regional”, que a Igreja de Santo André, de uma só nave, sete capelas e exterior
majestoso, viu abater com muito estrondo a sua abobada, no dia 8 de Outubro
de 1940, cerca das 22 horas e 30 minutos, não tendo ocorrido felizmente qualquer
desastre pessoal. A partir daí, o culto e a actividade paroquiana passaram a ser
exercidos no vizinho templo do Convento de S. Francisco. Diz-nos ainda Marques
Crespo, que desde logo foram tentadas as reparações necessárias, que foram
sofrendo interrupções, por serem dispendiosas. A demolição da Igreja de Santo
André no ano de 1960, foi sem sombra de dúvida, o maior crime perpetrado
contra o património construído em Estremoz. A demolição foi efectuada às
ordens do regime de Salazar, então no poder e em força, pois ainda não eclodira
a guerra colonial. O arrasamento criminosamente executado visou a construção
no local, do chamado Palácio da Justiça, edifício cinzento e incaracterístico,
símbolo de uma distorcida capacidade empreendedora do Estado Novo, que
não olhava a meios para atingir os seus fins. Este viria a ser inaugurado a 3 de
Abril de 1964 com pompa e circunstância pelo mais alto magistrado da Nação,
modo como se designava então, eufemísticamente, o Presidente da República,
Almirante Américo Tomaz - Foto de C. J. Walowski (1891).

Outra estrutura associativa de defesa do património cultural em Estremoz é:
Associação Filatélica Alentejana
Fundada em 1983 e liderada por Hernâni Matos, vocacionada para as actividades exposicionais, tem desenvolvido entre outras, actividades que se situam na área da Defesa do Património. São de referir as seguintes exposições:
- NO ÂMBITO DA ARTE POPULAR: No princípio foi a Arte Pastoril (2004); Exposição Retrospectiva do Trabalho das Irmãs Simões (2008); Bonecos da Gastronomia (2009 e 2010); Arte Conventual – O Falar das Mão de Guilhermina Maldonado (2010); Alentejo do Passado (2011); António Canoa – Artesão da Ruralidade (2012); António Coelho – Memórias dos Campos (2012); António Moreira – Artes do Fogo (2012); Arte Pastoril – Memórias de um Coleccionador (2012); O Vasilhame de Barro de Estremoz (2012).
- NO DOMÍNIO DA ETNOGRAFIA: Memórias dos Campos de Além-Tejo (2006); O Natal Português (2007); O Traje Popular Português (2007); É Natal (2008); O Traje Popular Alentejano (2010); As Mulheres do Meu País (2011); Comemorações do Cinquentenário do Cortejo do Trabalho de 1963 (2013).
- Na ÁREA DO PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO: Rossio de Outros Tempos (2006); Estremoz vista por Rogério Carvalho (2007); Memórias do Espírito Santo (2009); Igreja de Santo André - História dum Crime (2010); Defesa do Património (2010).
Noutros sectores são de referir:
- NO CAMPO DA POESIA POPULAR foram realizados até ao presente, vinte e um Encontros de Poetas Populares do Concelho de Estremoz, os quais foram convidados a fazer décimas, glosando motes subordinados a temas locais ou regionais.
- NO PLANO DAS CONFERÊNCIAS, foram proferidas até ao presente, as seguintes:
“O Pastor Como Ex-Líbris do Alentejo” (2006), por Hernâni Matos; “A romaria de Santo Amaro de 1729 – Projecto de História ao Vivo”, por Pedro Silva e Francisca de Matos (2007); “Mestre Mariano da Conceição, o Alfacinha” (2013), por Hernâni Matos; “Santo António na Tradição Popular Estremocense” (2013), por Hernâni Matos;
De salientar ainda que na Sala de Exposições da Associação Filatélica Alentejana no Centro Cultural de Estremoz, estão permanentemente patentes ao público as colecções de bonecos de Estremoz “O Traje Popular Português” e “Alentejo do Passado”, bem como uma colecção de “Vasilhame de Barro de Estremoz.
(Continua)


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