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terça-feira, 9 de setembro de 2014

8 – Tipos de colecções de bonecos de Estremoz


Aguadeiro (2014).
Jorge da Conceição.
Colecção particular.

Há quem compre bonecos de Estremoz para oferecer como prendas em ocasiões especiais: Natal, aniversários, casamentos e baptizados. Há de resto quem adquira imagens religiosas para venerar em casa como objectos de culto. Para além disso, há quem procure figurado de Estremoz na qualidade de coleccionador.
Uma colecção é sempre reflexo da motivação, do bom gosto e, é claro, da bolsa do coleccionador.
As colecções de bonecos de Estremoz podem agrupar-se em quatro grandes tipos:
- Colecções generalistas, abarcando figuras de temas diversos, criadas por vários barristas­ desde o séc. XVIII até aos dias de hoje. É o caso da colecção do Museu Municipal de Estremoz;
- Colecções de autor, constituídas por imagens de variados temas, produzidas por um único bonequeiro, como é o caso da colecção do Museu Rural de Estremoz, criada com peças confeccionadas por Mariano da Conceição (1903-1959);
- Colecções de função, incorporadas por artefactos destinados a desempenharem uma determinada função e que foram criados ou não por um único autor. Tal é o caso de colecções de presépios, de paliteiros, de ganchos de meia, de apitos, de brincos, de suportes para velas, de candelabros ou de objectos decorativos como cantarinhas, pucarinhos e terrinas;
- Colecções temáticas, que integram na sua constituição, bonecos produzidos ou não por um único artesão, mas com um elo temático comum. Tal é o caso de colecções de imagens religiosas, de figuras femininas ou de personagens das fainas agro-pastoris do Alentejo do passado. 
Apesar desta sistematização, convém ter em conta que coleccionar é uma paixão e no meu caso, o amor de toda uma vida. Ora o amor não tem barreiras, o que importa é a relação afectiva do coleccionador com os bonecos de Estremoz. O importante é coleccioná-los. Os artífices agradecem, porque a arte popular que lhes brota das mãos mágicas é o seu modo de assegurar o ganha-pão diário.


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