Senhora dos pézinhos.
Oficinas de Estremoz do séc. XIX.
Colecção particular.
Nesta
secção, a partir de hoje, como franco-atírador e guerrilheiro ao serviço de
causas nobres, ponho o meu verbo e o resto da gramática, ao serviço da
Candidatura dos Bonecos de Estremoz a Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Esta
secção será uma trincheira e uma tribuna pela qual serei responsável único,
ainda que em consonância com o jornal regionalista Brados do Alentejo, cuja
Direcção em boa hora aceitou o repto de criar uma secção e mantê-la viva até à
vitória final da Candidatura.
Esta
secção visa potenciar e levar a bom termo, através do seu contributo, uma
Candidatura com a qual nos identificamos, já que os bonecos de Estremoz nos
estão na massa do sangue.
Cada
boneco de Estremoz fala-nos de um contexto antropológico, social ou religioso.
Fala-nos também do seu criador e dos sonhos que lhe povoam a mente. Fala-nos
ainda das técnicas ancestrais que o artista popular domina e que lhe brotam à
flor das mãos.
Cada
boneco é fruto de uma relação de amor de quem procura fazer tudo a partir do
nada que é a massa informe de barro. Todavia é também a expressão viva do
ganha-pão diário de quem tem necessidade de assegurar a sua subsistência e a
dos seus.
Cada
boneco é um panfleto de cores garridas e de claridades do sul, próprias desta
terra transtagana.
Tomar
um boneco nas mãos é criar sinestesias que envolvem os nossos cinco sentidos. É
como possuir uma bela mulher que nos enche as medidas e por quem sentimos
exactamente o mesmo desejo da semente que fecunda a Terra-Mãe. Por isso, eu amo
os bonecos de Estremoz. Daí que subscreva com alma e coração, a sua Candidatura
a Património Cultural Imaterial da Humanidade.
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