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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Galopim de Carvalho, vencedor do Grande Prémio Ciência Viva 2013

Galopim de Carvalho (1931-  ). Imagem recolhida no blogue Biodiversidade

Galopim de Carvalho é o vencedor DO GRANDE PRÉMIO CIÊNCIA VIVA MONTEPIO 2013, que distingue anualmente uma intervenção de mérito na divulgação científica e tecnológica em Portugal. A cerimónia de entrega do Prémio terá lugar a partir das 16 horas do próximo domingo, dia 24 de Novembro no auditório do Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações, em Lisboa
Galopim de Carvalho, de seu nome completo António Marcos Galopim de Carvalho, é um alentejano de Évora, cidade que o viu nascer em 1931. É Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Geológicas (1959) e se doutorou em Geologia (1969). Cientista muito popular, ao longo da sua vida foi aquilo que em gíria popular se convencionou chamar um “homem dos sete instrumentos”. Conforme ele próprio confessa: foi carpinteiro, aprendiz de sapateiro, caixeiro de mercearia, ferrou cavalos, alimentou leões no circo, vendou material de escritório e foi delegado de informação médica.
Durante vários anos foi Director do Museu Nacional de História Natural, onde desenvolveu esforços pela divulgação, salvaguarda e valorização do património geológico nacional. É um símbolo nacional da defesa e preservação do património cultural e científico, nomeadamente de sinais marcantes da riquíssima evolução da História Natural. Responsável pelo carinho do público pelos dinossauros, fez “lobby” da questão das esquecidas pegadas da pedreira de Carenque, Sesimbra - Espichel, um dos trilhos mais longos do Cetáceo e conseguiu salvar as pegadas. Ficou desde então conhecido como “O avô dos dinossauros”.
Ao longo da sua vida teve múltiplos “Momentos de Glória”, com especial destaque para a organização da famosa exposição “Dinossáurios regressam a Lisboa” (que contou com 347 000 visitantes em apenas 11 semanas), assim como a defesa de pegadas de dinossauros e a conversão de geomonumentos associados a estruturas museológicas, como é o caso do exomuseu de Santa Luzia, em Viseu.
Dirigiu inúmeros projectos de investigação, de que são exemplo a "Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico superior da Lourinhã e Pombal" e "Icnofósseis de dinossáurios do Jurássico e do Cretácico Português".
Dirige e integra variados organismos nacionais e internacionais, designadamente a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO.
Foi colaborador dos Serviços Geológicos de Portugal e trabalhou no Centro de Estudos Geográficos, do Instituto de Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa e no Centro de Estudos Ambientais.
Foi consultor científico da RTP para as séries televisivas de divulgação científica na área das Ciências da Terra.
Publicou diversos trabalhos e artigos científicos em revistas nacionais e internacionais das diversas especialidades em que desenvolveu investigação.
É autor de livros científicos na área da das Ciências da Terra, como é o caso de "Morfogénese e Sedimentógénese" (1996), "Petrogénese e Orogénese" (1997), "Introdução à cristalografia e Mineralogia" (1997) e “Geologia Sedimentar -3 volumes (2003-2005-2006), "Dicionário de Geologia" (2011) e "Conversa com os Reis de Portugal (História da Terra e dos Homens)" (2013).
Continua a desenvolver trabalho na área das Ciências da Terra, assumindo-se como um acérrimo defensor do património cultural e científico.
Deu igualmente à estampa grandes êxitos na área da literatura de ficção, com especial relevo para “O Cheiro da Madeira” (1994), “O Preço da Borrega” (1995), “Os Homens não Tapam as orelhas” (1997) e "Com poejos e Outas Ervas" (2001). Neles estão gravadas as marcas indeléveis da identidade cultural alentejana que lhe está na massa do sangue e que aqui nos apraz registar.
Na blogosfera, é autor do blogue Sopas de Pedra e co-autor dos blogues Sorumbático e De Rerum Natura .
Antes de ser distinguido com o Grande Prémio Ciência Viva Montepio (2013), já tinha sido agraciado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada (1993) e distinguido pela Casa da Imprensa com o prémio "Bordalo" para a Ciência (1994).

Para além da entrega a Galopim de Carvalho do Grande Prémio Ciência Viva serão ainda entregues outros dois prémios:
- PRÉMIO CIÊNCIA VIVA MONTEPIO MEDIA, que  distingue um trabalho de mérito excepcional na divulgação da ciência e da tecnologia num órgão de comunicação social português e do qual é vencedor o programa  “Isto é Matemática”, da Sociedade Portuguesa de Matemática, apresentado por Rogério Martins no canal SIC Notícias.
- PRÉMIO CIÊNCIA VIVA MONTEPIO EDUCAÇÃO, que distingue um projecto de educação científica e promoção da cultura científica e tecnológica realizado em escolas portuguesas, atribuído ao Instituto de Educação e Cidadania, na Mamarrosa, fundado e dirigido por Arsélio Pato de Carvalho.


10 comentários:

  1. Respostas
    1. Indiscutivelmente que sim, já que se trata de uma grande figura da Ciência e da Cultura portuguesas.

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  2. Depois de se ter dedicado a tantas artes, certamente não começou os seus estudos muito novo. Porém temos de reconhecer que se trata duma personalidade com grande força de vontade para levar por diante os seus intentos. Para isso tem de ter uma inteligência fora do comum dos humanos. Recordo de o ver na televisão a fazer a demonstração das pegadas dos dinossauros pelas quais se bateu para que não fossem destruídas. Trata-se de um Alentejano de A grande. Gostei da descrição da sua biografia. Obrigado amigo Hernâni sempre atento.

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    1. Amigo Fonseca:
      Obrigado pelo seu comentárrio.
      O Professor Galopim é um homem de grande dimensão e projecção internacionais, que muito nos honra por ser português e alentejano.

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  3. Parece-me muito bem, este artigo sobre aspectos biográficos do Professor Galopim de Carvalho. Mas não é tudo. Por exemplo, ele também pinta, e já terá feito exposições dos seus trabalhos que eu, infelizmente, não tive oportunidade de ver.

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    1. Desconhecia esse aspecto. Se o amigo vier a ter conhecimento dele, divulgue-o aqui como comentário, por favor.
      Obrigado.

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  4. Relativamente ao Professor Galopim, cito:
    "Nas artes plásticas, tem participado em exposições de pintura (óleo e aguarela), desenho!e escultura em
    Évora, Vendas Novas e Lisboa (Casa do Alentejo)."

    In: http://www.pavconhecimento.pt/media/media/1770_2013-grandepremiocienciaviva.pdf

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  5. De fonte fidedigna soube que o Professor Galopim de Carvalho fez as seguintes exposições:

    Uma como único autor na Câmara Municipal de Évora.

    Outra, num colectivo de autores, na Casa do Alentejo, em Lisboa.

    Outra, num colectivo de autores, em Vendas Novas.

    Mas as duas últimas, essa mesma fonte já não sabe quem as organizou.

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    1. Aqui fica novamente o registo, que se agradece.
      Um abraço, amigo.

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