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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Eu sou da natureza de não me render


PAISAGEM ALENTEJANA COM PASTOR OVELHAS E CÃO (1941).
Simão César Dórdio Gomes (1890-1976).
Óleo sobre tela (100 cm x 70 cm).
Colecção particular.

 Ao António Simões:

Eu sou da natureza de não me render, tal como os alentejãos que em batalhas múltiplas e sucessivas, com denodo e entroncados gestos valerosos, fizeram irreversivelmente pender o futuro para o lado da Causa do Mestre.
Assim não é rendição o cabal reconhecimento do potencial das palavras mestras com que tu, Poeta e Mor Pedreiro Livre, alicerças o teu Pensamento. Por elas me vergo e me descubro, tirando o chapeirão que cobre a cabeça com que a minha mãe me pariu no calor basto de um dia de Agosto, há sessenta e sete anos atrás.
Um varão parido em Agosto conhece na carne o clima que o Diabo amassou e como tal não é dado a fraquezas. Apesar dessa mais valia sempre presente em tudo o que a mim diz respeito, como homem nado e medrado nesta terra transtagana, sou levado a proferir com humildade:
- Obrigado Irmão, pelas palavras doutas que semeias, que nos dessedentam a Alma e que mitigam algumas das fomes que sazonal e ciclicamente nos atormentam.

5 comentários:

  1. Em prosa também se "escreve "poesia

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    1. Maria Manuela:
      Concordo inteiramente consigo. Mais importante que a forma é o conteúdo. Ele e sonho comandam a vida.

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  2. Então não se renda, porque debaixo deste sol, não vive mais quem tem a melhor arma, e sim quem tem resistencia. Fizeste lembrar-me de uma música de María Elena Walsh, e Mercedes Sosa cantava. La Cigarra. http://www.youtube.com/watch?v=a0qrRu02QX4
    Abraços desde aqui do Brasil, e bom aniversário também!:-)

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    1. Mercedes Sosa??
      Gostava muito de a ouvir pois ela cantava muitas vezes com a Joan Baez cantora de eleição.
      Cumprimentos

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  3. Boa tarde Hernâni,
    Eu sou beirão " arraçado" de espanhol e de alentejano, e como você também sou homem de antes quebrar que torcer.
    Não me considerando idoso de modo algum, mas penso que há alturas em que não adianta lutar contra a maré. Hoje verifica-se que a maioria dos portugueses parece que baixaram os braços e se contentam com este fado.
    Tanto que eu gostaria que o povo português seguisse o exemplo de outros povos, e tivesse energia para sacudir as moscas.
    ISTO NÃO TEM, DE SER ASSIM, NEM NÓS FOMOS OS CULPADOS DA CRISE.
    Abraço
    Abilio

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