MINHO
Minhotas. Ilustração de Alfredo Morais (1872-1971).
Almanaque DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 1954.
O avental de trabalho teve sempre por função proteger a roupa que cobria. Era usado desde o norte até ao sul do continente, do litoral até ao interior mais recôndito, à beira-mar, na borda de água, nas campinas, nas planícies, nas serranias e planaltos, bem como nas ilhas. Camponesas, pastoras, varinas, vindimadoras, mondadeiras, ceifeiras, todas elas usavam avental, com corte e padrões variáveis, normalmente de linho, de lã, de riscado ou de chita garrida, que acentuava a graciosidade da sua portadora.
Existia também o avental de festas e romarias, ricamente decorado, sobretudo no Minho que reforçava em quem o envergava a sua condição de mulher. Umas vezes guarnecido de rendas e fitas, outras vezes bordado a lã, a espiguilha ou a passamanaria.
As mulheres do povo, tanto no campo como na cidade, usavam também avental de lides domésticas no decurso da confecção de alimentos ou na limpeza da casa. No campo tanto era usado pela mulher do grande proprietário rural, como pelas serviçais, o mesmo se passando na cidade em casas abastadas, que por vezes tinham várias criadas. Os aventais que estas usavam, salientavam sempre a sua condição de serviçal, com folhos e rendas que eram usados sobretudo por quem ia atender pessoas à porta da rua. Deste modo, o avental usado pelas mulheres duma casa, tinha uma relação directa com a sua hierarquia naquela casa e na escala social.
Quando se gastavam devido ao uso, os aventais eram remendados ou reparados com um pedaço de tecido, nem sempre igual, porque muitas vezes não o havia. Em fim de vida, o avental podia ainda ser utilizado como rodilha ou retalhado para com os seus pedaços se confeccionarem taleigos para transportar os avios de casa.
Publicado inicialmente em 17 de Janeiro de 2012
Bilhete-postal ilustrado reproduzindo aguarela de Alfredo Moraes /1872-1971).
Colecção “Províncias de Portugal”. Edição António Vieira, Lda., Lisboa, s.d.
TRÁS-OS-MONTES
Costumes de Trás-os-Montes.Bilhete-postal ilustrado reproduzindo aguarela de Alfredo Moraes /1872-1971).
Colecção “Províncias de Portugal”. Edição António Vieira, Lda., Lisboa, s.d.
DOURO
Figurino "Chula do Douro" do bailado " Passatempo" pela Cª Portuguesa de Bailados Verde-Gaio.
Teatro Nacional D. Maria II (1941). Thomaz de Mello (1906-1990).
Aguarela s/ cartão (33x25,2 cm). Museu Nacional do Teatro, Lisboa.
BEIRA LITORAL
Póvoa do Valado (1938). Alberto de Souza (1880-1961).
Aguarela sobre papel (26x37cm). Museu de Aveiro.
BEIRA ALTA
Madona da Serra - Beira Alta (1939). Augusto Tavares (1908-1984).
Óleo s/ madeira (97,5 x 99,5 cm). Museu do Chiado - MNAC, Lisboa.
BEIRA BAIXA
Mulher da Beira Baixa. Aguarela de Laura Costa.
Bilhete-postal ilustrado, editado por OLIVA –
Máquinas de Costura de Portugal.
ESTREMADURA
Alzira (1940). Alberto de Souza (1880-1961). Aguarela sobre cartão (52x37 cm).
Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha.
RIBATEJO
Mulher do Ribatejo. Aguarela de Laura Costa.
Bilhete-postal ilustrado, editado por OLIVA –
Máquinas de Costura de Portugal.
Ceifeira (1937).
Bilhete-postal ilustrado nº 33 dos CTT,
da "Série B" - Costumes Portugueses.
Reprodução de aguarela de Alberto de Souza (1880-1961).
Hernani Matos, publica neste seu texto duas imagens de mulheres do sul (alentejo e algarve) que ilustram bem o uso do avental durante o trabalho. Nestas regiões era dada grande importancia à forma como a mulher se apresentava quando regressava do trabalho no campo. O avental era poupado à sujidade e quando a mulher regressava a casa desdobrava-o e mostrava o seu desvelo, compondo-se.
ResponderEliminarO avental da mulher portuguesa é uma peça do vestuário popular ainda insuficientemente estudada. Há que meter mãos à obra!
ResponderEliminarOlá, faço parte do Rancho Folclorico da Casa do Povo do Pego - Abrantes e posso confirmar que para além do avental ser usado como proteção no trabalho, em 1920/30 no Pego era uma peça obrigatória no traje domingueiro. Não havia Pegacha que saísse a rua sem o seu avental este era uma peça de "luxo".
ResponderEliminarMuito obrigado pelo seu comentário, o qual constitui simultaneamente uma informação preciosa.
ResponderEliminarBem haja!
E eu a pensar que o avental só servia para poupar a roupa!
ResponderEliminarEstes blogs são muito importantes na defesa e preservação do património cultural popular. Preservar a memória deve ser uma preocupação de todos os que presam a nossa identidade coletiva. Parabéns
ResponderEliminarCaro amigo:
EliminarMuito obrigado pelo seu comentário.
Sugiro-lhe a leitura do post:
O ORGULHO DE SER ALENTEJANO
http://dotempodaoutrasenhora.blogspot.pt/2010/02/quem-sou-eu.html
Um abraço.
Irei ver o post Orgulho de ser Alentejano. Eu sou fã do Alentejo.
ResponderEliminarObrigado, amigo.
ResponderEliminarGostaria que me elucidasse: são aventais aquele tipo de bolsas,que as feirantes e peixeiras usam para guardar o dinheiro (trocos) do negócio? Parabéns por estas informações de que gostei muito.
ResponderEliminarSe é o que eu penso, chamam-se algibeiras e podem ser fixadas à roupa com um ou mais alfinetes de ama ou então com uma fita ou nastro atados à volta cintura.
EliminarParabéns pelo blog! ainda irei conhecer esta Terra maravilhosa.
ResponderEliminarMuito obrigado pelo seu comentário.
EliminarVolte sempre que será bem-vindo.
Os meus cumprimentos.