Livro de Leitura da Primeira Classe
Sou duma geração que há sessenta anos atrás se iniciou na leitura, através do bem conhecido livro de leitura da 1ª Classe do Ensino Primário. Tratava-se de um livro profusamente ilustrado, com um grafismo que marcou uma época. Através dele aprendíamos a juntar as letras, formando sílabas, que reunidas geravam palavras, ali ilustradas, para o reforço visual apoiar a memorização.
Estávamos no Estado Novo, pelo que não é de admirar que doutrinariamente o livro veiculasse a Trilogia da Educação Nacional: “Deus, Pátria e Família”. O mesmo se passava com aqueles que se lhe seguiram até à 4ª classe.
Na Aritmética, decorávamos a tabuada até à casa do 10. Qualquer um de nós sabia de cor, o resultado de 100 operações de multiplicação, as quais iam desde o 1x1 até ao 10x10. Na aula, o professor passava-nos contas para fazer, o que era feito em lousas de ardósia nas quais escrevíamos com lápis de pedra. Era o “Magalhães” que Salazar e bem, punha à nossa disposição. Assim adquiríamos aptidão de cálculo mental e treinávamos o cálculo necessário à nossa vida do dia a dia.
Levávamos como trabalho para casa, fazer contas num caderno quadriculado, para disciplinar a escrita e a dimensão dos algarismos. E tínhamos sempre uma cópia para fazer, não só para aperfeiçoar a caligrafia, mas também porque a cópia ajudava à memorização. Para o efeito, usava-mos um caderno de linhas. Porém, aqueles que tinham uma escrita mais irregular faziam cópias em cadernos de duas linhas, para aprenderem a dimensionar as letras, até conseguirem ficar com uma caligrafia padrão.
Fazíamos também ditados, nos quais o professor nos lia pausadamente um texto relativamente curto, que nós tínhamos que escrever no caderno. Assim treinávamos a capacidade de converter a oralidade da língua na sua forma escrita. E acabava-mos por não dar erros.
Fazíamos ainda redacções com tema igual para todos, visando despertar e exercitar a capacidade criadora de cada um, bem como exercitar a correcção da ortografia e da caligrafia.
Fazíamos igualmente desenhos com lápis de carvão e lápis de cor, para o que utilizávamos um caderno de folhas lisas.
Os cadernos tinham geralmente na capa, ilustrações apelando ao amor à Pátria ou exaltando instituições gratas ao Regime, como era a Mocidade Portuguesa. Na capa do caderno, escrevíamos sempre o nosso nome, o número e a classe.
Tínhamos também um “caderno de significados”, que era um caderno de duas linhas com um traço vertical a vermelho, onde registávamos por indicação do professor, as palavras difíceis à esquerda do traço e o respectivo significado à direita.
Escrevíamos com canetas de molhar o aparo nos tinteiros que havia em cada carteira. Não se podia molhar de mais para não borrar. Ao virar a página, tínhamos que secar com um mata- borrão que trazíamos sempre dentro do caderno.
A caneta de molhar, os aparos, o lápis de carvão, os lápis de cor, o apara-lápis e a borracha eram guardados dentro duma caixa de madeira, com tampa de correr. Esta, conjuntamente com os cadernos, o livro de leitura e mais tarde outros livros, era transportada numa sacola de serapilheira que levávamos a tiracolo.
E hoje?
Pelos mais diversos motivos, algumas das práticas escolares atrás referidas foram abandonadas. Algumas naturalmente por serem obsoletas. Hoje não faz sentido escrever com canetas de molhar e provavelmente fazer contas em lousa de ardósia. Mas não é a posse e a utilização de um “Magalhães” que treina o cálculo mental e a prática das operações elementares, bem como a prática da caligrafia e a execução livre de desenhos.
Hoje já não se usam sacolas de serapilheira, mas mochilas à medida da bolsa dos pais de cada um. Aí o personagem principal é o “Magalhães” – Faz Tudo!
Já não é preciso saber fazer contas, basta ter o “Magalhães” ligado à Internet e fazem-se as contas no Google. Este motor de busca é a cabeça deles.
Fazer cópias para quê? Por um lado não precisam de memorizar nada e por outro lado basta utilizar o “Magalhães” e escrever no Word. Podem dar erros à vontade, que o Word assinala a vermelho os erros de ortografia e a verde os erros de sintaxe. Depois basta tirar uma cópia na impressora. Esta é a caneta deles.
A caligrafia é a que eles quiserem, é o tipo de letra que escolherem no Word, seja ela Areal, Times New Roman, Comic Sans MS, ou outro tipo qualquer, que lhes der na real gana. Não há caligrafia individualizada, reflexo do todo uno que é cada ser humano. Há o estereótipo gráfico porque cada um optou, no tamanho que escolheu.
O desenho é executado no “Magalhães” com um programa gráfico melhor ou pior, que permite gerir espessuras de traço, cores, luminosidade, contraste, texturas e estilos de desenho. A procura de perfeição a desenhar tem a ver com o domínio do programa utilizado. Essa é a arte deles.
Cadernos de significados para quê? Vai-se ao Google e lá está a Wikipédia. A Wikipédia diz tudo. Para que é que eles precisam de saber, se está na Wikipédia?
Fazer redacções hoje é fácil. Vai-se à Wikipédia e com o ponteiro do rato, copia-se e cola-se. Pesquisa em múltiplas fontes? Rearranjo dos materiais recolhidos em linguagem própria? Trabalho de síntese? Para quê? O que está na Wikipédia é que é! Mas cautela meninos, que os professores dispõem de um programa gratuito existente na Internet que permite ver se os meninos copiaram e colaram ou não. Depois não se queixem se forem acusados de ter copiado à letra, o trabalho apresentado, muitas vezes de forma abrasileirada.
Aviso à navegação
Assiste-se hoje aos mais diferentes níveis, ao facilitismo que o pervertido Sistema Educativo Português concede aos alunos, impreparando-os para a vida. E tudo começa por uma coisa muito simples. O esquecimento ou a ignorância de que cada um de nós só dá valor aquilo que foi fruto do seu esforço pessoal de aprendizagem e aperfeiçoamento, o que longe de facilitismos, passa pela aquisição e memorização de saberes, sem os quais o ser humano não consegue em cada instante julgar e decidir com propriedade.
Corremos o risco de estar a preparar seres humanos dependentes do “Magalhães”, da Internet e da Wikipédia, os quais longe de serem pessoas livres, estão condicionados à informação padrão veiculada “on line”.
Cerca de dois mil anos depois de Spartacus, o gladiador, ter liderado um exército de mais de cem mil escravos contra a opressão do Império Romano, é chegada a altura em que como homens livres, devemos consciencializar toda a gente dos riscos resultantes em termos de liberdade, da utilização de informação estereotipada e padronizada, bem como pela subordinação da criança e do jovem às rotinas do “Magalhães” – Faz tudo.
Texto publicado inicialmente em 28 de Setembro de 2011
O presente texto integra o meu livro "Memórias do Tempo da Outra Senhora"
Caderno "Lusito"
Caderno de significados
Também foi o meu livro onde aprendi as 1ªs letras há tempos encontrei-o numa visita ao Museu do Forte de Peniche,foi um encontro muito emotivo,resolvi deslocar-me à minha estação de CTT por indicação de uma amiga que me informou encontrar-se lá à venda,mas desiludi-me pois nesta aqui onde vivo não havia!!!
ResponderEliminar(Évoramonte terra da minha 1ªclasse,onde aprendi o,A E I O U com a Prf.D.Arcângela,ai que saudades,saudades boas e doces)...
Emocionante ler todos os seus posts, maravilhosos os seus blogues, acabei de os descobrir, voltarei, sempre que possa!
ResponderEliminarNão fossem os livros da nossa primeira classe, hoje não estaríamos aqui a escrever e a ler estes magníficos textos.
Caminho certo, se algum dia vier a Lisboa encontra esse livro (e também os da 2ª, 3ª e 4ª classes) numa loja dentro da estação de comboio de Santa Apolónia. Eu tenho-os todos, comprei-os há cerca de 10 anos num alfarrabista nas Escadinhas do Duque (se não conhece Lisboa, para se situar, essas escadas fazem a ligação entre o Bairro Alto e o Rossio). Não sei é se nessa loja ainda os têm... mas na de Santa Apolónia têm de certeza!:)
ResponderEliminarTambém estudei com esses livros...
ResponderEliminarPode encontrá-los nas livrarias "Bulhosa"
Abraço e bem-aja
Fiquei maravilhada com a descrição da sua rotina escolar. Hoje o ensino não é de facto o termo para o qual foi criado ensino - a arte de ensinar e aprender. Hoje é uma forma de ganhar dinheiro e passar o tempo!
ResponderEliminarParabéns e obrigada pela sua partilha.
Marta Aires
Marta:
EliminarObrigado sou eu pelo interessed manifestado.
Devo aos professores muito do que fui na vida, pelo que lhes estou infinitamente grato. Mas olhe que, nos últimos anos em que acompanhei o meu neto nas escolas que frequentou até entrar na universidade, encontrei professores extraordinários, apesar da pertubação reinante nas mesmas.
EliminarDecerto, amigo.
EliminarAssim sem querer,encontrei o seu blog e do que li gostei imensamente e será com prazer que vou continuar a visitá-lo e ler toda a informação,histórias,curiosidades,fotografias e tudo o mais pois em minha opinião é um dos sitios com mais qualidade que ultimamente visitei e bem pertinente nas matérias.Parabéns.
ResponderEliminarGostei muito do que li, e li com tanta atenção que reparei que, por lapso, lhe passou o "acabava-mos" que, com ou sem acordo ortográfico é "acabávamos".
ResponderEliminarObrigada pela viagem que me proporcionou, de regresso a algumas décadas.
Que felicidade encontrar as nossas memórias e raízes no seu Blog...!
ResponderEliminarBem-haja
Abraço
Muito obrigado amigos e amigas pelo interesse manifestado na leitura deste e doutros posts.
ResponderEliminarProcurarei ser sempre fiel às minhas raízes e aos registos da minha memória. Assim possa continuar a merecer o interesse da vossa leitura.
Tambem estudámos neste livrinho, tenho esta reliquia guardada, agora estao de novo à venda e ainda bem.
ResponderEliminarA lousa era o nosso "pedralhães"...rsrsrsrs
bom fim de semana para todos
rosamaria
ros@mar:
EliminarObrigado pelo interesse manifestado.
Eu entrei na escola em 7 de outubro de 1945 e foi este o meu livro da primeira classe. quando já sabia ler a lição de que mais gostei e que a até hoje não esqueci era a da Maria de Fátima.
ResponderEliminarEra um livro que ainda hoje me lembro também com saudade.
EliminarTambém foi o meu livro da 1ª. classe. Este livro foi ilustrado por Raquel Roque Gameiro Ottolini (Lisboa, 1889 - 1970), que foi uma pintora portuguesa.
ResponderEliminarO seu nome foi atribuído à Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico/Jardim de Infância Raquel Gameiro, na Freguesia da Venteira.
Muito obrigado pelo seu esclarecedor comentário. Sou um granded admirador da obra de qualquer dos pintores que refere.
EliminarObrigada por tão belo presente. As saudades que eu tenho desse tempo, em que ensinar e aprender, era uma arte!
ResponderEliminarTambém eu aprendi o a,e,i,o,u por este livro, tive ardósia preta, sebenta, cadernos de 2 linhas, cadernos com risco vermelho e risco azul, e, também tive o meu estojo de madeira com tampa de correr, 1º. de uma bolsa, mais tarde com 2 bolsas... eram muito giros. Carregávamos uma mala de mão com os 4 cadernos e os 2 livros, o Livro de Leitura da Primeira Classe - este - e onde dizia “Deus, Pátria e Família” , o Livro de Aritmética, onde aprendia-mos a somar, subtrair, dividir e multiplicar, tínhamos a tabuada (ainda guardo imagem da minha que durou anos e anos e por onde o meu filho aprendeu).
Saudades de um tempo bem diferente e onde a hora do recreio era tão ansiada para as nossas brincadeiras.
A partir da segunda classe passávamos a ter 4 livros, o de leitura, o de aritmética, o de história de portugal e o de geografia de portugal, onde éramos obrigados a saber de cor os rios e as serras.
Fiz uma viagem no tempo...
Beijinhos amigo e Bem Haja por tão doces recordações.
Eu é que agradeço pela leitura efectuada e pelo estimulante comentário.
EliminarEncontrar aqui o livro escolar da minha geração é uma ternura, por ele aprendi a ler escrever e fazer contas. Era simples educativo, servia uma irmandade. Actualmente nada disto acontece, Cada escola ou melhor cada professor escolhe um diferente. Muito individualismo em vez agrupamento de ensino. Falta de união no ensino. Sinto que vivi nos anos dourados do ensino, com uma boa preparação dos professores dessa época.
ResponderEliminarRosa Casquinha.
Rosa:
ResponderEliminarAgradeço o seu comentário, o qual também perfilho.
Muito bem, compreendi a informação e gostei destas memórias escolares antigas.
ResponderEliminarGostei só pelo motivo da história porque para mim ficou marcada, este mau período da minha vida.
Refiro-me à rigidez na discíplina, professores com as réguas de nogueira os ponteiros, os castigos frequentes e desnecessários, ainda hoje me correm nas veias...
A ditadura funcionava em pleno nas masmorras da PIDE assim como em muitas escolas publicas.
Para mim e para muitos outros colegas dos finais dos anos 60 a escola foi a passagem pelo INFERNO.
Gostaria de saber se isto também é didático!!
Assina um aluno com o passado escolar para esquecer!!!
E de quem é a culpa...Os livros são bonitos, mas o regime de ensino, foi infernal.
Um aluno da escola pública de Lisboa.
Caro amigo:
EliminarComo deve ter percebido da leitura do meu texto, eu além de gostar do livro nos seus múltiplos aspectos, subscrevo métodos pedagógicos da época, a nível dos vários graus de ensino e não me deixo embriagar pelo facilitismo das novas tecnologias, que todavia domino como professor aposentado.
Havia na época a pedagogia da reguada e da ponteirada e eu também fui vítima dela e não gostei, mas acho que não me fez mal nenhum, antes pelo contrário, espevitou-me e levou-me a reconhecer que o meu trabalho era estudar. Era isso, disciplina rígida? Então comigo resultou. O que não resultou foi o facilitismo que se instalou nas escolas, sobretudo em governos socialistas, a trabalhar para a elevação dos resultados estatísticos. Como não resultou a política de desautorização dos professores, ao retirar-lhes instrumentos de disciplina na sala de aula. Esta transformou-se em muitos casos num palco de resbaldaria, com alunos a agredir professores e pais a invadir salas de aula. Foi para isto que se fez o 25 de Abril? Decerto que não. A Liberdade não pode ser irresponsabilidade e anarquia, pelo que quem não cumpre tem que ser sancionado e penalizado e apontado como exemplo daquilo que não deve ser feito. Com esta conversa já me estou a afastar do tema do texto, que é “Livro de Leitura da Primeira Classe”. Acontece que as palavras são como as cerejas e as suas palavras levaram-me a isso.
Eu também frequentei a Escola Pública até obter uma licenciatura e uma pós-graduação e sou adepto fervoroso da mesma. Como outros rapazes e raparigas da minha idade, frequentei as actividades da Mocidade Portuguesa e a Catequese da Religião Católica até aos 12 anos, idade em que voluntariamente me afastei. Aí aprendi o amor à pátria e virtudes que ainda hoje procuro cultivar.
Nunca pude com a PIDE nem com o fascismo, cujo poder repressivo senti logo em rapaz durante a campanha de Humberto Delgado para a Presidência da República e sobretudo durante a minha vida de estudante universitário. A minha consciência cívica e os meus valores morais e sociais levam-me a votar à esquerda no espectro eleitoral português. Com a continuação da conversa, afastei-me novamente ar do tema do texto, que é “Livro de Leitura da Primeira Classe”.
Terminando, confirmo o meu gosto pelo “Livro de Leitura da Primeira Classe” e reafirmo a minha firme convicção da necessidade de existência de uma sólida disciplina na sala de aula, o que passa pelo reconhecimento jurídico da necessidade de reforço da autoridade do professor.
Queira receber os meus melhores cumprimentos.
Caro Hernâni, concordo inteiramente consigo. Felicito-o, ainda mais e com o maior respeito, pelo modo claro e frontal como assume e explica a sua posição de cidadão não só no espectro cultural e político português, mas também fora dele. Bem haja, um grande abraço de LBorrela
EliminarLeonel:
EliminarObrigado pelo seu comentário.
Sugiro que leia também aqui mesmo, a resposta que fiz a um comentário em 27 de Abril de 2012.
Um grande abraço para si também, amigo.
Grande professor,sempre a dar na muche. É delicioso ler e relembrar, avivar a memória das coisas boas da vida.
ResponderEliminarObrigado professor.
Pedro:
EliminarObrigado pelo seu comentário. O post "Livro de Leitura da Primeira Classe", editado a 28 de Setembro de 2011, é no meu blogue, o 3º post mais lido com um total de 1305 visualizações e 24 comentários. Apenas é ultrapassado pelos posts "Bandeira Portuguesa" e "Experiência dos Hemisférios de Magdeburgo", que contudo são muito mais antigos. Trata-se do post que mais foi lido em menos tempo.
Um abraço.
Gostei..Como sempre! Mas não será tambem dizer que os professores de agora ensinam o facilitismo.. não sei se será asim, acho que não, mesmo agora ainda há bons professores que ensinam não da forma como aqui diz ( eu tambem já não aprendi assim e a minha 1ª classe já foi em 1976), tenho um filho com 11 anos que teve bons professores e alguns bem novinhos.. mas como sempre cada vez que o Pof. escreve e eu leio, aprendo sempre algo de novo...
ResponderEliminarLena Leirias
Lena:
EliminarObrigado pelo comentário.
Naturalmente que há bons professores e eu sou o primeiro a reconhecer isso.
ah e hoje o João ainda faz os significados, "vocabulário" não num caderno á parte mas no proprio caderno de português.
ResponderEliminarLena Leirias
O que é equivalente.
EliminarProfessor Hernâni Matos amei, estou divulgando o seu excelente texto. Curti de montão! Fiquei freguês, obrigado.
ResponderEliminarCAL
Amigo:
ResponderEliminarObrigado pelo seu comentário.
Procurarei não desmerecer o interesse manifestado.
Um abraço para si.
Amigo Hernâni, perdoe a intromissão, mas como o tema era a aprendizagem da escrita venho apenas sublinhar que "acabava-mos por não dar erros" se escreve correctamente "acabávamos por não dar erros", sem hífen em "acabávamos", dado que não é um verbo reflexo. Grande abraço e parabéns pela persistência.
ResponderEliminarTem toda a razão.
ResponderEliminarNo livro está como deve ser. Porém no blogue, o qual tem outro "timing", não está.
Terei de corrigir.
Um abraço e obrigado.
Só para informar que o lápis de pedra com que se escrevia na lousa se chama regrão.
ResponderEliminarJuvenal Nunes
Juvenal:
EliminarObrigado pelo seu comentário e pela preciosa informação.
Mas a gente aprendia mesmo!!!
ResponderEliminarNao havia "peneiras" ou a gente realmente aprendia ou era burra (e nao havia volta a dar)
Muito me lembro da minha professora primária, devo-lhe tanto... o tempo era muito diferente!
abraço a todos
ros@mar:
EliminarEu também fui daqueles que aprendi.
Obrigado pelo seu comentário.
Um abraço.
Profº Hernâni Matos
ResponderEliminarSó recentemente tive contacto com o vosso Blogue:Embora os meus conhecimentos académicos sejam rudimentares, também lhe fico agradecido,pelo facto de facultar os vossos preciosos conhecimentos aos seus leitores.Sou mais um do Tempo da outra Senhora, também aprendi algo na Cartilha (já cá cantam 66), no entanto, não estou de acordo com "a pedagogia da reguada e ponteirada", levei muitas reguadas e ponteiradas, mas que culpa tinha eu de ter nascido num meio de extrema ignorância e pobreza, pois,a professora não me batia por ter mau comportamento, mas sim por ter muita dificuldade na aprendizagem, era quase um erro em cada palavra. A pezar de ter levado forte e feio,não guardei nenhum rancor à professora,hoje compreendo que ela também foi vitima do sistema. Naquela altura é que era trabalhar,com apenas o Exame da Admissão conseguia ensinar ao mesmo temp as quatro classes (no sítio
da fornalha, Freguesia de Alferce - Monchique). Também sou de opinião que, hoje, existe demasiado facilitismo,onde todos temos culpas - Ministério da Educação, professores e pais. Digo com muita frequência que não deveria ir para professor quem quer, mas sim quem tivesse voncação. Não nos podemos esquecer que, presentemente os jovens estão durante muitos anos nos estabelecimentos de ensino,isto quer dizer que vão ser influenciados quer positiva ou negativamente. Como sou de opinião que a escola tem que ser Educadora e Formadora,fico triste quando alguns professores me dizem que a escola é para formar e a Educação é da responsabilidade dos pais. Na minha opinião o professor terá que ter as duas responsabilidades, e acredito que todos aqueles que abraçaram a digna profissão com dedicação e amor, conscientes que vão contribuir na Educação/Formação de futuros cidadãos preparados para viver em sociedade - com dignidade e respeito pelo outro(embora compreenda que demasiados pais se dimitem dessa sua obrigação, quer seja por falta de conhecimento ou pior ainda por desleixo...).
É necessário que os professores,especialmente,já a parttir do pré-escolar,tenham uma boa formação civica e pedagógica, mas creio que o formação nas universidades se baseia muito, mais, na parte económica e pouco na Pedagógica.(creio que o metodo de Paulo Freire é de aconselhar).
Modesto Vitória (Altura)
Caro Senhor Modesto Vitória:
EliminarMuito obrigado pelo seu comentário, que muito valoriza o presente post.
Os meus melhores cumprimentos.
Dr. Hernani Matos
ResponderEliminarSo muito recentemente encontrei o seu blog. E uma delicia a sua escrita e todos os temas que aborda.
Bem haja !
M Ceu Meira
D. Maria do Céu:
EliminarCongratulo-me por gostar daquilo que escrevo.
Procurarei não desmerecer o interesse manifestado.
Os meus melhores cumprimentos.
Boa tarde Hernâni,
ResponderEliminarQue boas recordações me trouxe esse livro, foi o principio de tudo.
Nessa altura começava-se a escrever em 2 linhas, com lápis, e só se passava para uma linha quando se dominava razoávelmente bem a dimensão da letra.
Passávamos para uma linha, e a escrita era feita com caneta de depósito de tinta ( eu já não apanhei as canetas de molhar , pois não aconselhavam a esferográfica por esta não facilitar a escrita devida à posição da mesma, quase na vertical. Éramos ensinados a pegar num caneta e comiamos com o ponteiro quando faziamos mal. Os erros ortográficos pagavam-se caros, não só em reguadas, mas em escrita repetida em TPC das palavras com erros! Errar os verbos, " era complicado", lá vinha a menina dos 5 olhos! Um castigo que era aplicado frequentemente era o aluno não ter recreio.
Hoje às vezes vejo a escrita dos meus filhos e dos amigos, erros são mais que muitos, e a qualidade da caligrafia, é a de uma galinha com tinta nas patas.
Em cálculo mental são muito fraquinhos, nós nem tocar piano podiamos, pois lá vinha o ponteiro a 100 à hora.
Hoje podemos criticar os métodos utilizados, mas não os resultados! O pessoal da minha geração e outras que eu conheci/trabalhei tinham uma caligrafia que se podia mostrar e era legível por todos; hoje só o próprio consegue ler o que escreve. Para complicar ainda mais hoje têm a linguagem de SMS.
E porque já me estendi um bocado, despeço-me com um abraço.
Abilio
Obrigado pelo seu comentário, Abílio.
EliminarFoi, de facto, um tempo que nos marcou.
Um abraço, amigo.
Vivi exatamente o que descreveu. Uma ou outra coisa, aqui não tivemos no Brasil, mas a semelhança e o comparativo com os dias de hoje é igual.
ResponderEliminarE tudo depende de máquinas. Cria-se assim, uma nova sociedade automatizada. Que horror. Os meus alunos chegaram abusar computador. Nada de magalhães! E só no estritamente necessário, nada de máquinas de calcular. Só para aprenderem a manuseá-la. Cópias sim, ditados, composições e cadernos de duas linhas que encontrei no armário da sala. Chamavam-me a professora à moda antiga. Tenho sim saudades do meu tempo de escola, mas também do meu tempo de professora. Aposentei-me em 2007. Já os meus alunos não queriam ser professores. Agora percebo porquê. No entanto, o professor poderá variar.
ResponderEliminarComo posso ser assinante do blogue, que é reencaminhado?
ResponderEliminarAprecio a verdade, e sou quase da mesma idade, ainda tenho tudo, desde provas, livros( estou a ler da 4a classe)da Editora, Educação Nacional, apesar de estudar em colégio, os livros eram iguais.
Obrigada
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