sexta-feira, 2 de julho de 2021

Estilos diferentes em Mariano da Conceição e Sabina Santos

 

"Senhora de pezinhos" de Mariano da Conceição (à esq.ª) e de Sabina Santos (à dir.ª).

Na página do Facebook “Bonecos de Estremoz”, afirmei ontem que Sabina Santos (1921-2005) tomou a atitude corajosa de prosseguir com estilo muito próprio, a manufactura dos Bonecos de Estremoz, depois da morte de seu irmão Mariano da Conceição (1903-1959). Por outras palavras e sem desprimor nenhum, afirmei que o estilo de Sabina era diferente do de Mariano, o que alguém contradisse, sem, contudo, apresentar nenhum argumento que servisse de suporte à sua afirmação.
Impõe-se, pois, um esclarecimento aos meus leitores. A afirmação que fiz não foi gratuita, nem por ter lido nalgum lado, nem tão pouco por ter ouvido dizer. Tratou-se de uma afirmação baseada na observação de mais de uma centena de Bonecos de Sabina que tenho na minha colecção, bem como na observação de uma vintena de Bonecos de Mariano que também possuo. A juntar a isso, as dezenas de imagens de Bonecos daqueles barristas, que tenho no meu arquivo de imagens de Barrística de Estremoz.
Para não haver dúvidas que o estilo de Sabina é diferente do de Mariano, socorri-me das imagens da chamada “Senhora de Pezinhos”. A de Mariano é da colecção do Museu Rural de Estremoz e a de Sabina é da minha própria colecção. Da comparação das imagens é possível concluir que:
1- O conceito de proporção de cada um dos barristas é diferente. As figuras de Mariano são mais encorpadas que as de Sabina. As de Sabina são mais esguias e no caso das figuras femininas, a cintura é notoriamente mais fina, constituindo aquilo que se se chama “cintura de vespa”.
2 – A representação do olhar por Mariano e por Sabina são diferentes. Mariano representa o olhar com pestana e sobrancelha, com esta última tangente à menina do olho. Por sua vez, Sabina representa o olhar com a sobrancelha e a pestana, ambas afastadas da menina do olho.
Por outro lado, a análise do conjunto dos Bonecos da minha colecção, permitem-me concluir que:
3 – O cromatismo das figuras apresenta diferenças. As figuras de Sabina apresentam na generalidade, cores mais vivas e garridas que as de Mariano, que em geral são mais sóbrias.
4 – A decoração dos Bonecos de Sabina e de Mariano também é distinta. Sabina utiliza com mais frequência, padrão na representação de algum vestuário feminino, que aquela que Mariano utiliza.
Concluindo: os Bonecos de Mariano e de Sabina apresentam pelo menos 3 características diferentes aqui identificadas. Em Arte, seja ela popular ou erudita, as diferentes características das representações, traduzem a existência de estilos diferentes, já que um estilo é caracterizado por ter determinado tipo de características.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Homenageando o Professor Hernâni Matos

 

Fernando Máximo. Funcionário Público.

HOMENAGEANDO O PROFESSOR HERNÂNI MATOS


Professor Hernâni Matos
Junta a teoria aos factos
Com muita desenvoltura;
P’lo muito que tem feito
Merece o nosso respeito
Por ser homem da cultura!

Dos vultos mais competentes
Em áreas tão diferentes
Numa muito longa lista:
É um insigne escritor
Etnógrafo, professor,
E Mestre filatelista

É expositor e jurado,
“Expert” do figurado
Essa arte, (que tão nobre,)
Património Imaterial
Deste nosso Portugal
Que tanto orgulho nos cobre!

É firme nas convicções
E em certas reflexões
Que por vezes o consomem...
É excelente escritor
Um “Franco-atirador”
Mas mais que tudo é um HOMEM!

Quem o conhece de perto
Reconhece-lhe por certo
Virtudes que são verdades...
Admirá-lo é um direito
Prestando assim o seu preito
A quem só tem qualidades...

Professor, meu grande amigo,
Em boa hora lhe digo:
Pelo crer que a si se pôs,
Ganha, pois, o meu louvor
Por ser um grande SENHOR
Desta cidade Estremoz

Fernando Máximo
Avis, 02 de Abril de 2021

domingo, 20 de junho de 2021

Pode alguém ser quem não é? / A propósito de Hernâni Matos


Álvaro Borralho. Sociólogo. Professor Universitário. 

Os nossos caminhos cruzaram-se quando eu era estudante da Escola Secundária de Estremoz – é assim que gosto de recordar a minha velha Escola –, aí por volta do 8.º ano, e num anfiteatro de físico-química. Não por ter sido seu aluno, que nunca fui – embora tivesse gostado de ser, pois gostava muito de física –, mas por breve tempo ter aderido a um clube de filatelia que o Prof. Hernâni estava a criar na Escola. Éramos poucos, mas ele animava estas sessões com especial entusiasmo, de tal modo, que me mantive. Todavia, o final do ano lectivo levou algum do entusiasmo e não logrei ser o filatelista que verdadeiramente nunca quis ser. Ela já o era, há muito, reconhecidamente, e foi sempre com grande deleite que assisti a algumas das suas exposições. Recordo uma, em especial, de Maximafilia no Salão Nobre dos Paços do Concelho, assim como as realizadas no espaço exíguo da Associação num espaço existente no início da Rua Narciso Ribeiro. Ir a uma das suas exposições tinha, além do mais, o atractivo de o poder ouvir nas suas detalhadas explicações e compreender um pouco melhor o mundo fascinante dos selos. Embora tenha perdido o breve encantamento da filatelia, lia sempre a sua coluna no Brados do Alentejo.
E foi no jornal que nos voltámos a encontrar mais assiduamente, que cimentámos a nossa amizade a que não é estranho termos sido colaboradores pela mesma altura. O Brados foi, e é, um local de encontro, juntando várias gerações, permitindo o convívio, a entreajuda e o interconhecimento. Dali sempre se saiu mais rico.
Mais tarde, havia de o procurar para me ajudar a desvelar alguns aspectos do processo político estremocense, de 1974 a 1976, quando realizei uma dissertação académica sobre o assunto. E foi com inegável prazer que o entrevistei umas boas horas sobre as suas memórias, a sua participação, sobre factos e acontecimentos. Passadas mais de duas décadas sobre esse encontro, ainda recordo algumas das leituras que me proporcionou. Só não lhe perdoar que tenha deitado ao lixo algum tempo antes, segundo me confessou, uma colecção de comunicados de todos os partidos políticos distribuídos em Estremoz. Conhecendo o seu pendor detalhista e a sua capacidade de perseguir, e de reunir o perseguido, imagino que seria uma excelente base documental. Guardo a leve esperança que alguém tenha guardado aquelas pastas, mas sem grande alento. Perdoei-lhe, mas tive um grande desgosto em não ter deitado mão àqueles preciosos documentos.
Se conto este episódio é para reforçar o quão importante é encontrar e conhecer alguém como o Hernâni Matos. A nossa memória colectiva vive destes sequazes guardadores de memórias, que, com espírito abnegado, guardam o espólio sobre o qual se há-de construir, e reconstruir, esta nossa memória. Preservando-a, dão um contributo inestimável ao seu estudo, e, assim, a tentar interpretar e a entender os vários sentidos que cada um – pessoas, partidos, grupos, etc. – concederam aos acontecimentos. Quer dizer, ajudam a fazer a história, no meu caso, a sociologia, de tempos vividos, mas não presenciados com a mesma intensidade ou proximidade.
O seu recente livro sobre os bonecos de Estremoz aí está a comprovar o que antes afirmei: o desejo de recolher, reunir, coleccionar, dispor organizadamente o material e, por fim, dá-lo a conhecer a quem tenha essa curiosidade. Nunca é um esforço vão, é sempre um contributo para a procura de mais e melhores significados.
Termino com a mesma interrogação com que se iniciou este breve depoimento: pode alguém ser quem não é? Como se sabe, é o título de uma magnífica canção do Sérgio Godinho que serve perfeitamente para dar o tom a este escrito. E que o Hernâni continue a ser quem é e nos dê a satisfação de o encontrar e de o ler por onde decidir andar.

Álvaro Borralho
Ponta Delgada, 19 de Abril de 2021

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Naquela esquina um amigo

 

Maria Helena Figueiredo. Jurista.

Não conheço o Hernâni Matos há tantos anos assim. Melhor, conheço o Hernâni Matos da escrita, do Blog, das trocas de emails, dos telefonemas há vários anos, mas pessoalmente – ao vivo e a cores como se costuma dizer – conheci-o há menos tempo.
Foi em Estremoz há 5 anos, na rua, mais precisamente no pátio do Castelo, quando ambos estávamos envolvidos na defesa da casa do Alcaide-Mor, que a Camara estava a tentar vender a privados em condições muito questionáveis.
Poucas vezes alguém me deixou uma imagem tão impressiva como o Hernâni Matos.
Aquele homem grande, o que é invulgar para a sua geração, de pé à minha espera na esquina, numa postura muito firme e com o ar amistoso dos velhos conhecidos, ficou-me gravada na memória porque ela reflecte, no fundo, aquilo que o Hernâni é.
Um homem de grande estatura ética, firme nas convicções, um homem que nem no tempo da ditadura nem depois se vergou aos interesses de ocasião e que sempre, com firmeza e coragem, defendeu a liberdade. Um homem desassombrado, que não cala a injustiça e que sempre se levanta pelo que considera justo, pela sua terra e pelas suas gentes.
Um homem de cultura, que faz da transmissão do conhecimento uma missão de todos os dias e que encontramos na primeira linha na defesa do património e da nossa história colectiva. Uma história que não é apenas a dos reis e das rainhas, mas também a história dos de baixo, do Povo e das suas lutas.
E depois, depois fica-lhe aquele “brilhozinho nos olhos” quando fala no figurado de Estremoz, quando esgrime a valorização deste património e se envolve na sua defesa, com a sabedoria que todos lhe reconhecemos, mas sem ficar preso ao passado. Com inteligência e capacidade de olhar, reconhece os e as jovens barristas, dando-lhes com as suas palavras e o seu apoio o tão necessário ânimo para continuar.
Hernâni Matos é uma figura ímpar, um Homem especial. Podemos chamar-lhe guardador de memórias, podemos chamar-lhe mestre, podemos chamar-lhe muita coisa. A mim honra-me poder chamar-lhe amigo.

Maria Helena Figueiredo
Évora, 19 de Abril de 2021

terça-feira, 15 de junho de 2021

Professor Hernâni: das Ciências à preservação da Cultura

 

Filipe Glória Silva. Pediatra.
 

A recordação mais antiga que tenho do professor Hernâni Matos é das aulas de Química, do 10.º ao 12.º ano. Homem de altura imponente e voz forte, um pouco austero na primeira impressão, conseguia manter desde o início a ordem na sala de aula e ganhava também o respeito dos alunos pela sua segurança no conhecimento e no ensino das matérias. A convivência permitia também conhecer o seu sentido de humor muito próprio. O programa de Química estava todo explicado nos acetatos que projetava durante as aulas e que entregava para fotocopiar e distribuir entre os alunos. Incentivava a prática de muitos exercícios, o que era fundamental para a consolidação da aprendizagem.
Sempre foi evidente o seu zelo pela organização e sistematização, fundamental para viabilizar a disponibilidade de tempo para os seus muitos interesses para além da ciência. Penso que a sua maior paixão na altura era a filatelia, mas muitos interesses se foram juntando com um espírito persistente, minucioso, curioso, irrequieto, ativista, resiliente, colecionador e empreendedor.
Quando penso no professor Hernâni, não consigo deixar de pensar também na companheira da sua vida, a professora Fátima, com o seu ar discreto e sereno. Diz-se que ao lado de um grande homem, há sempre uma grande mulher. Será também aqui o caso pelo seu cuidado com a família, persistência, resiliência, mostrando bonita admiração pelos projetos do seu marido.
De facto, o professor Hernâni tem feito um trabalho notável de recolha, reflexão, promoção e preservação do património cultural português e, particularmente, da cidade de Estremoz e da sua barrística. Fê-lo por diversos meios e iniciativas, não ficando também de fora da revolução da internet com o seu blogue “Do tempo da outra senhora” e página do Facebook. Enquanto filhos desta terra alentejana e cidadãos portugueses, ficamos-lhe gratos por todo este trabalho e empenho. Bem-haja, professor Hernâni.
 
Filipe Glória Silva

Lisboa, 14 de março de 2021

terça-feira, 8 de junho de 2021

Esculturas em alto-relevo

 

Fig. 1 - Ceifeira. José Moreira. Imagem recolhida no Marketplace do Facebook.

Agradeço ao barrista Jorge da Conceição,
as observações que fez à versão inicial do presente texto
e que o permitiram aperfeiçoar sob um ponto de vista técnico.

Esculturas em alto-relevo
A barrística de Estremoz continua a surpreender-me, face ao reconhecimento de novas tipologias que a tornam ainda mais rica. É o caso das esculturas em alto-relevo que são objecto do presente estudo.

Mais uma do José Moreira
O primeiro espécime estudado (Fig. 1) configura uma placa em barro vermelho, decorada com uma figura antropomórfica feminina (ceifeira). Trata-se de uma escultura em alto-relevo, cujo motivo foi previamente modelado, depois cortado no sentido longitudinal com recurso a um fio, sendo depois a parte da frente da figura aplicada ao fundo, por compressão e colagem com barbutina.
A placa relevada foi produzida ao modo de Estremoz: a seguir à modelação, tiveram lugar as habituais operações de secagem, cozedura, arrefecimento, pintura e envernizamento.
A modelação e a cromática do motivo decorativo são as habituais neste tipo de figuras.
A placa, de forma trapezoidal, tem 14,5 cm de altura e 7,5 cm de base maior. O seu topo foi pintado de cor verde bandeira e orla lateral em zarcão. No verso ostenta a marca manuscrita “J.M.” (José Moreira) e a marca carimbada “ESTREMOZ / ALENTEJO / PORTUGAL”, distribuída por 3 linhas paralelas.
No topo superior da placa existem dois furos, um de cada lado do chapéu da figura, pelos quais é possível fazer passar um fio que assegura a respectiva suspensão numa parede.    

Duas das Irmãs Flores
Já vi exemplares destas esculturas em alto-relevo de que estou falando, da autoria de Mestra Sabina da Conceição Santos (1921-2005). Todavia, não disponho de imagens das mesmas, as quais possa aqui reproduzir. O barrista Jorge da Conceição, sobrinho de Sabina, confirma a produção deste tipo de peças pela tia: "Recordo-me perfeitamente de ver a minha tia Sabina produzir figuras destas, aplicadas na diagonal em placas quadradas que levavam um furo no canto superior, para permitir pendurar a peça."
Na sequência do trabalho de Sabina, também as Irmãs Flores, Maria Inácia Fonseca (1957- ) e Perpétua Sousa (1958- ) modelaram esculturas em alto-relevo (Fig. 2 e Fig. 3), que apresentam diferenças em relação às de José Moreira (1926-1991), as quais passo a enumerar: As placas têm geometria quadrangular com 13,5 cm de lado. A disposição dos motivos é a da diagonal do quadrado. O topo da placa é negro e a orla lateral cor ocre-amarelo, que também bordeja ligeiramente a orla do topo. No verso ostentam a marca manuscrita “I. Flores / Estremoz”, distribuída por 2 linhas paralelas.
A suspensão da placa na parede é assegurada através de uma argola de arame cravada no topo superior do lado posterior da placa.  

Sistemática dos Bonecos de Estremoz
A barrística de Estremoz não só me continua a surpreender, como simultaneamente me prega partidas, uma vez que eu não contemplei o presente tipo de produção, na Sistemática dos Bonecos de Estremoz, apresentada no meu livro BONECOS DE ESTREMOZ, dado á estampa pelas Edições Afrontamento, no Outono de 2018. Que fazer então? Dizer que este tipo de esculturas em alto-relevo não faz parte da Sistemática dos Bonecos de Estremoz? Seria um absurdo, já que elas têm existência real. A única atitude que é razoável é modificar a Sistemática dos Bonecos de Estremoz, de modo a incluir também as esculturas em alto-relevo. Deste modo a sistemática baseada na funcionalidade das figuras passa a incluir uma nova categoria: “Esculturas em alto-relevo”. Também a sistemática baseada no modo de assentamento das figuras se amplia com uma nova categoria: “Bonecos assentes pelo lado posterior”.
A Sistemática é um modelo cuja validade está limitada à interpretação do real. Quando um modelo deixa de funcionar, há que o substituir por outro, o que no presente caso corresponde a reformular a Sistemática, de modo a que ela possa interpretar a realidade. Parafraseando Luís de Camões, é caso para proclamar. “Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.”

Sugestão
Porquê não retomar a produção deste tipo de figuras? Para além da ceifeira e do pastor, outros motivos poderão ter aqui uma utilização interessante. 
Tal é o caso da Senhora de Pézinhos e do Peralta. Aqui fica o desafio.
Na produção deste tipo de peças é de ter presente que a ausência da parte posterior do Boneco na escultura em alto-relevo, exclui atributos desses Bonecos, como é o caso do laço posterior da Primavera e as asas de O Amor é Cego. Tal facto não é impeditivo da utilização da Primavera, já que o laço não é um atributo fundamental. Porém, inviabiliza a utilização de O Amor é cego, já que este ficaria sem asas e estas constituem um dos atributos fundamentais da figura. 


Fig. 2 - Ceifeira. Irmãs Flores. Cortesia de José Boinho.

Fig. 3 - Pastor. Irmãs Flores. Cortesia de José Boinho.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Santo António, uma História de Amor - Colecção Alexandre Correia



Em vésperas do Dia de Santo António, ou seja, a 12 de junho, pelas 11:00 horas, na Galeria Municipal D. Dinis, vai ser inaugurada a exposição "Santo António, uma história de Amor" da coleção pessoal de Alexandre Correia.
Esta é uma história de Amor entre um neto, um Avô e um Santo: o Santo António.
A coleção inicia-se e desenvolve-se como forma de perpetuar a memória do avô do colecionador. E é também a prova de que se consegue colecionar amor e afetos.
Em certo momento da vida do avô, tinha o neto 4 anos, deu-se um milagre: o Santo apareceu ao avô e salvou-o da morte. Um homem agnóstico tornou-se, assim, um profundo e convicto devoto de Santo António.
Desde então, e até aos 29 anos de idade, o colecionador andou de mão dada com o avô e com o Santo - e, assim, tornou-se também ele um devoto de Santo António.
Após a ida do avô para o céu, o neto herdou a imagem de Santo António que o avô tinha na mesa de cabeceira. Imagem essa que surge publicamente, pela primeira vez, nesta exposição e está em destaque no cartaz.
A coleção expandiu-se e, atualmente, tem mais de 800 obras. Mais do que acrescentar peças, pretende-se divulgar e partilhar esta história de amor e o milagre de Santo António que salvou o avô da morte.
A coleção é composta, sobretudo, por obras feitas à mão, muitas delas peças únicas e feitas em exclusivo para a coleção.
Existem obras feitas em diversos materiais, mas, essencialmente, prevalecem os costumes e ofícios do nosso país, das nossas gentes.
O neto, melhor dizendo, o colecionador, vai estar presente na cerimónia de inauguração e até ao final do dia, para acompanhar os visitantes e explicar a história e o valor sentimental de cada peça da exposição, que vai estar patente até ao dia 4 de setembro de 2021.

Transcrição com a devida vénia de newsletter do Município de Estremoz,
divulgada a 4 de Junho de 2021.